
Foto: Divulgação
Há 16 anos, os municípios de Fernando Falcão, no
Maranhão, e Amajari, em Roraima, eram antigos vilarejos afastados que, após
mobilização política, se tornaram cidades. Hoje, próximos à maioridade, eles
continuam quase tão pobres como quando nasceram. Reportagem do jornal Folha de
S. Paulo desta segunda-feira (28), com base em dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a maioria dos 595 municípios
brasileiros criados desde 1997 nasceu com baixa qualidade de vida e até hoje se
mantém abaixo da média dos estados. Além disso, 570 das cidades não evoluíram a
ponto de superar o atual Índice de Desenvolvimento Humano dos seus estados
(IDH), que considera renda, escolaridade e expectativa de vida. Às vésperas da
sanção presidencial das regras para criação de municípios, líderes comunitários
citam a distância até a sede como bandeira para a emancipação, enquanto críticos
temem os gastos com mais prefeitos, vereadores e secretários municipais. Segundo
o economista da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan),
Guilherme Mercês, se emancipar não é garantia de que a verba pública vai ter
aplicação eficiente. "É difícil uma cidade pequena ter uma estrutura
administrativa eficiente a ponto de planejar boas políticas públicas", criticou.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) defende a emancipação em locais
afastados da sede, como ocorre no Norte, no extremo Sul ou no Centro-Oeste:
trazer estrutura para esses distritos combate o êxodo rural", afirma.
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